É uma pena ver pessoas recusando conhecimento e zombando de quem gosta de ler.
Pode parecer exagero, mas isto é mais comum do que você imagina.
Eu já cansei de ver pais negando livros para os filhos porque acham que estes
leem demais.
Já participei de feiras em que o adolescente implorava para
comprar livros e os pais ignoravam seus pedidos alegando que o filho tem que
fazer outra coisa em vez de ficar lendo o tempo todo. Outros reclamavam que seus
filhos passavam o recreio lendo ou não saiam da biblioteca. Eu sei, parece
mentira, porém não é. Negar conhecimento é mais comum do que parece e pior, é
mais fácil reclamar do que elogiar uma criança que corre atrás de cultura. Já vi muitos pais fazendo isso e no início me surpreendi, mas depois passei a incentivar a leitura para ver se conseguia mudar este comportamento.
Já fui em escolas em que os leitores jovens eram rotulados de
nerds e esquisitos e os populares eram os que não liam. O chique era se fingir
de marrento para as meninas e encher a boca para dizer que não lê livros ou
então que os usa só como apoio para o pé da cama.
Eu olhava para estes jovens e me sentia super triste por
eles que mal entraram na juventude e estavam perdendo a chance de conhecer
novas aventuras, de mergulhar em histórias de terror e ficar acordados a noite
toda refletindo sobre um trecho de um livro sensacional.
Eu tentava e ainda tento mostrar para os adolescentes e
adultos que ler é a melhor coisa do mundo e que comprar um livro não é
desperdício de dinheiro e sim um investimento.
As pessoas gastam dinheiro com tanta besteira, mas na
hora de valorizar a própria literatura viram a cara e enchem a boca para falar
que não precisam ler para ser alguém na vida. Isso quando não consomem qualquer lixo estrangeiro
e teimam em gritar para todo mundo que literatura brasileira é muito ruim.
Eu sinto pena dessas pessoas que resistem a literatura, ao
conhecimento e a cultura tão bravamente. São infelizes e não conseguem enxergar
a importância de um bom livro, de um filme diferente dos blockbusters de super heróis e de uma música que expressa a opinião de uma parcela da população. Isso acontece demais com o funk. As pessoas falam mal antes de ouvir a música e prestar atenção na letra. Tudo bem que existem funks horrorosos, mas tem outros muito bons.
Eu morria de medo de tomar vacina, porém após ler um livro
em que a personagem tinha colocado um ventilador no lugar do braço durante uma
guerra apocalíptica, eu tomei mais coragem e desde então lembro da história
quando a minha mente joga impulsos de medo em mim e me impede de realizar procedimentos médicos. Ou então quando eu li Dom
Casmurro e defendi Capitu veementemente durante um debate acalorado na escola. Isso
sem falar que eu só entendi de verdade o que era um amontoado de pessoas
vivendo juntas quando li “O cortiço”.
Isso só foi possível porque eu me dei uma chance de gostar dos livros clássicos, porque eu poderia ter virado a cara e falado que odeio ler como vários dos meus amigos da época. É mais fácil ir atrás da maioria, mas tudo tem um preço. E ficar sem as maravilhas da leitura é um preço muito alto a se pagar.
Quando eu li Harry Potter, o sonho de ser bruxo trouxe um
pouco de leveza para a minha adolescência conturbada junto com a história da tão determinada princesa Mia Thermopolis da Meg Cabot. Foi em Jogos Vorazes que eu passei a
entender mais de política e dinâmica social e é claro que os trechos que eu li de
O príncipe de Maquiavel abriram muito os meus olhos para uma realidade
inevitável.
Com Orgulho e Preconceito eu conheci um pouco da Inglaterra
e da força de uma jovem apaixonada e cansada dos costumes tradicionais da
época. Isso sem falar em um homem gentil e ácido mostrando todos os seus
defeitos e se entregando para o amor mesmo com o coração fechado e ferido.
Como pode alguém se orgulhar de não ler? Como pode alguém negar conhecimento a um filho? Alguém zombar do outro frequentar a biblioteca se os livros são a porta de entrada para um futuro melhor?
Simplesmente, não sei. Tudo que sei é que eu amo ler e leio
de tudo. Comigo não tem essa de não ler livros de entretenimento, livros de “mulherzinha”,
livros com personagens masculinos, gays e etc... Eu tenho uma verdadeira paixão
por adquirir conhecimento e sempre que posso tento sair da minha caixinha e conhecer
novos autores.
Leia sempre. Abra o seu horizonte e dê o exemplo para o seu
filho.
Vamos transformar o Brasil em um país de leitores.
Faça a sua parte e incentive a literatura brasileira.
Beijos,
Nenhum comentário
Postar um comentário